terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Revolta de Natal!!!


Todo fim de ano há uma mesma rima que toca à todos, o Natal. É como fome, em verso e prosa, de presente que rima futuro, bebidas rima saliva, festas que rimam em cores, comidas rimando em frutas, fome de prato cheio, a gula. Mas é uma fome "boa", pois vem acompanhada do espírito de natal, há fome de comemoração, é o nascimento do menino e como ele, também nasceram muitos meninos, mas ninguém comemora e os que comemorariam estão chorando a morte de outros.



E para estes, resta o que está por trás da Rima... também chega o natal e traz consigo a  fome, é um Natal  com rima diferente. E de repente o prato vazio de presente, eles não ganharão carro de controle remoto, suas vidas já são um “remoto controle”, quem sabe entraram ano com "novas roupas velhas" ou cobertor usado ou os mesmos ternos “assim-assado”, quem dera máquinas fotográficas pra registrar esse momento, ainda sim eles estarão felizes, ou telefones celulares para ligarem e convidarem Papai Noel, sempre esperam, mas ele nunca vem. Ele sempre está ocupado dando presente e recebendo favores, em sua cueca sobra Dollar para os ricos e em seu saco falta presente para os pobres, talvez “Noel” seja Pai de poucos e “eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel”.



E “Então é natal, ano novo também e seja feliz quem souber o que é o bem”, certeza que o prato vazio do ano velho não é o bem, mas eles tentarão ser felizes no ano novo, e vão Atrás da Rima, pois ainda não lhes roubaram o sorriso ainda que:



Privatizaram o pão, mas não a fome.
Privatizaram a bebida , mas não a sede.
Privatizaram o cobertor, mas não o frio.
Privatizaram a luz, mas não a escuridão.

Privatizaram a saúde, mas não o sangue.
Privatizaram a educação, mas não violência.
Privatizaram a paz, mas não a guerra.
Privatizaram a esperança, mas não o ódio.

E assim é o nosso natal:
Eles nos dão choro, devolvemos sorriso.
Nos dão lágrimas, respondemos com saliva.

nos mostram a força, movimentamos em luta.
nos prendem vivos, escapamos mortos.
nos devolvem o pão, queremos também a poesia.
                                                                                       
                                                         (Gilson Pantoja, 21/12/2009)


Dos natais só resta lembrar, aos que virão reinventar um novo espírito. Do ano, que seja velho e o próximo que seja realmente novo:



Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
                                                            
                         (Poema de Natal, Vinicius de Moraes)


E para isso fomos feitos, há necessidade em nossa existência para que o natal seja como deve ser, com alegria e dor lado a lado, fome e fartura na mesma esquina, miséria e riqueza para o mesmo objetivo, esperança e ódio no mesmo templo, fé e descrença para o mesmo Deus. Disso tudo temos uma certeza todos esperarão juntos a mesma canção “Adeus ano velho, feliz ano novo”.



E ENTÃO É NATAL. FELIZ NATAL??

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre o CAGE - UFPA...

"A HUMANIDADE SE DIVIDE EM DOIS GRUPOS,
O GRUPO DOS QUE NÃO COMEM
 E O GRUPO DOS QUE NÃO DORMEM
COM MEDO DA REVOLTA DAQUELES QUE NÃO COMEM"
(Josué de Castro)

Penso e defendo um CAGE (Centro Acadêmico de Geografia) dinâmico e renovado. Mas, na minha opinião, renovação não se faz só com pessoas, muito menos com criticas e argumentos equivocados, sim com idéias fortes e projeto que tenha principio, que parta desde um visão de sala de aula à uma visão de mundo, afinal, "ou a ciência serve a classe dominante pra acumular ainda mais, ou serve a classe dominada pra avançar na defesa de uma sociedade sem classes e sem opressões". É isso, que uma das chapas defende, o principio da renovação com independência e autonomia, sem deixar de lado a luta por uma Universidade de todos: democrática, libertadora e de qualidade.
Por isso sou chapa 2, por que sei as diferenças entre as chapas e QUEM VEM COM TUDO NÃO CANSA na defesa do ensino público e do lado dos Estudantes. E aqui coloco um texto que mostra a diferença entre as chapas, num dos aspectos mais importantes na sociedade: Cultura!


A CONTRA CULTURA DA GEOGRAFIA*


Diariamente, na Geografia, são debatidas idéias, correntes filosóficas, ciência, método. Todos sem se descolar de uma visão de mundo. O fato é que nós, geógrafos, queremos mudar o mundo. Se engana quem entra no movimento estudantil (ME) achando que vai apenas fazer o debate acadêmico, já que mesmo teorizando, há a defesa de um modelo de sociedade, este a serviço de manter os estados das coisas.

Defendemos alguns instrumentos de transformação da sociedade, e aqui podemos especificar um: a cultura. Acreditamos na cultura como um dos principais instrumentos de transformação do mundo e se “a cultura está acima da diferença da condição social” (Confúcio), justamente por estarmos na universidade (considerado o espaço da contradição, da polêmica, da produção e da diversidade), é que lutamos pela difusão da produção artística e cultural, seja através do brega, que surge na periferia e quebra os muros dos bairros centrais de Belém, transpondo a barreira da universidade, até as reuniões dos grupos religiosos no espaço acadêmico.

Em 2003, com a reconstrução e reabertura do CAGE (Centro acadêmico de geografia), que ficou de portas fechadas de 2000 a 2003, presenciamos a cultura político-acadêmica nos debates sobre concepção de educação; a cultura política rebelde contra as cobranças de taxas (a qual defendiam os “Geoliberais”); a cultura política do lazer nos torneios esportivos em que participaram vários estudantes (em 2005, os estudantes do curso foram campeões da COPA UFPA, levavam uma faixa que dizia: “estudantes de geografia contra a cobrança de taxas e em defesa do ensino público, gratuito e com qualidade”, sendo aplaudidos de pé em todos os jogos), a cultura política poética nos saraus (agora extintos) e a cultura política musical nos palcos. Todos estes espaços sempre foram montados para garantir a exposição de toda e qualquer produção artística e cultural da universidade e dos estudantes de geografia. Os que prestigiavam as manifestações culturais eram incentivados a doar alimentos não perecíveis, como uma forma de estimular a cultura da solidariedade, através da participação na organização da nossa “SEXTABÁSICA”, pois entendemos que "A cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado” (André Malraux).

Estudantes, professores e funcionários juntos organizavam atos políticos-culturais, como o ato das velas. Todos de velas nas mãos para iluminar o que era escuro, tocando, cantando, e gritando contra a insegurança, recitando poesia em rimas fortes contra o desmonte do ensino público. Era a cultura do protesto. Não viam o forró (ou participavam) pra “FODAGEO”, sim como um instrumento pras geoLUTAS, a comunidade acadêmica da geo tinha orgulho do forró do curso ser reconhecido em toda UFPA, nosso forró era mesmo um “geoPÂNICO”,  esse era o momento de confraternização, interação e integração de estudantes, professores e funcionários, era mesmo uma “geograFARRA”. Era essa, parte da cultura que queríamos difundir.

Não queremos reproduzir a cultura alienante imposta pela mídia, vemos a universidade como o espaço da união da diversidade e que através dela poderemos difundir uma cultura que fosse capaz de dar uma resposta ao preconceito e a discriminação, e que nos dá a possibilidade de defender nossos modelos: de educação democrática, com livre acesso e libertadora; de sociedade, sem classes e sem opressões; e que também nos embasasse numa visão de mundo, pois entendemos que "Sem a cultura, e a liberdade relativa que ela pressupõe, a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva. É por isso que toda a criação autêntica é um dom para o futuro." (Albert Camus).

Infelizmente o que se propõe hoje é diferente. O “novo” como proposta para o curso está sobrecarregado de “velho”, e a cultura que surgiu para “ocupar o território” é na verdade o retrocesso. O “FODAGEO”, demonstra que a cultura atual do curso se curvou à cultura alienante imposta diária(mente) pela mídia, que está a serviço de manter as coisa como estão. 

O CAGE sempre defendeu a cultura como instrumento de transformação da sociedade e do mundo, principalmente se difundirmos o acesso a ela e se através dela também defendermos um modelo de universidade laica, democrática e plural. Defendemos que a universidade seja de todas as cores, sem machismo, racismo e homofobia, e assim avançar pra um modelo de mundo que siga a mesma visão.

Achamos desnecessário e repudiamos o uso da imagem de mulheres nuas ou seminuas em cartazes, que só servem pra “coisificar” a mulher, ou relegá-la à símbolo sexual. O CAGE foi um dos principais centros acadêmicos, no Conselho de entidades de base (que durou mais de 4 horas), a defender e aprovar resolução que garantiu a regulamentação cultural no espaço do vadião, único espaço de recreação da UFPA, usado somente pra festas de bregas e forrós. A resolução repudia as organizações de forrós que fizessem atividades de cunho machistas, homofóbicos, racistas ou sexistas. Infelizmente, o CAGE passa agora uma imagem de hipócrita, por lutar por uma modelo de universidade geral em toda a UFPA, mas não garantir essa modelo em seu próprio espaço, ainda que parte dos diretores seja contra essa forma de fazer cultura. A referência em atividades culturais alternativas deu lugar ao apoio a cultura do machismo, do sexismo, da alienação. 

Enfim, repudiamos veementemente a “nova” cultura propagandeada aos quatro cantos do bloco, pois esta é a maneira mais arcaica e conservadora que há de se fazer cultura. Mais do que “geoforrozar nos países baixos”, cultura é o sistema de idéias vivas que cada época possui. Melhor: “o sistema de idéias das quais o tempo vive." (José Ortega y Gasset).

* Nota em reposta a Organização do FODAGEO, escrita no dia 18/04/2010.
(Créditos a Vanessa monteiro, pela correção)

Vote chapa 2 no CAGE
QUEM VEM COM TUDO NÃO CANSA!!!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Guerra contra o tráfico: Do Caos ao CAOS!

        Instala-se, então, a guerra social, onde o capital dita a regra, e nessa perspectiva os mais fortes se apropriam de tudo, nessa guerra o capital, propriedade direta ou indireta da subsistência e meios de produção, é a arma da luta. "Aquele que não tem capital ou dinheiro, ninguém se preocupa com ele, se não encontra trabalho pode roubar ou morrer de fome. A polícia vigiará para que ele morra de fome de uma maneira tranqüila, sem ferir de nenhuma maneira a burguesia" (LEFEBVRE, 2001). Este é o espaço repressivo, do crime social, com seus contraste, suas liberdades e suas fatalidades.
( PANTOJA, 2008)

Ao nascermos somos como uma folha em branco e, a partir, das relações sociais colada a alguns fatores é que será formada nossa personalidade, mas, muito além das relações, as condições sociais também são fundamentais para preencher essa página. Não se trata de defender um determinismo social, muito menos um determinismo biológico, pelo contrário o que se pode dizer com isso, é que bandidos não nascem, são formados, e do seu surgimento ao fim, basta algumas linhas. Como? como numa poesia social de Chico Buarque, mais ou menos assim:




O Meu Guri


Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá, Olha aí



Olha aí, Olha aí, ai o meu guri, olha aí 
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta conrrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí

Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí

Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço de mais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo, de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá, 
Olha aí

Olha aí, Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri


Posto isso, é hora de debater sobre os acontecimentos no Rio, e nisso, primeiramente, deixar claro que a violência não é um privilégio deste estado, é um problema social que assola o País, que parte do caos e leva ao caos. A "guerra contra o tráfico" propagandeada pela mídia diáriaMENTE, mostra uma unica RIMA... mas quem pagará o enterro e as flores? quem venceu a dita Guerra? Expulsaram o tráfico das favelas, pagaram violência com violência, os bandidos se foram e o que chegou? Polícia, soldado, armas. Mas e saúde, educação, habitação, saneamento, emprego, cultura, arte, lazer? Quando vão chegar os investimentos sociais? continuarão "alagados"  os moradores da favela? Enquanto que "a cidade, que tem braços abertos num cartão postal, Com os punhos fechados na vida real os nega oportunidades, mostra a face dura do mal", é mais uma RIMA que se mostra clara.

Mas o que não fica claro, é o que será feito com os verdadeiros chefes do tráfico, os difusores das desigualdades e injustiças sociais, muitos desses que fazem parte da elite econômica e política financiados pelo tráfico, que eleitos votam e aprovam leis que favorecem a violência e defende a ilegalidade, estes que criam projetos como a redução da maioridade penal, pragmatismo puro para combater os problemas que eles mesmos criaram. E depois de expulsarem as crianças, adolescentes e juventude da educação e empurrarem para o mundo crime, matam em quantidade nas filas dos hospitais, pois não investem em saúde e desviam dinheiro público para retribuir a "cortesia" garantida pelo dinheiro do tráfico. Estes deveriam ser os primeiros a tombarem na guerra, pois através dos seu atos matam sonhos e anseios da classe mais pobre. Corrupção deve ser crime hediondo, a eles a prisão.

E a grande verdade que a mídia esconde é a dura realidade dos pobres trabalhadores, e os fazem aceitar a triste RIMA da periferia, dos excluídos, dos explorados, dos oprimidos. Mas os trabalhadores a juventude se levantam e lutam, e querem escrever uma nova página por fora da rima imposta "Escola, esmola. Favela, cadeia. Sem terra, enterra. Sem renda, se renda. Não, não!" é hora de ir ATRÁS DA RIMA... e ter direito não só ao pão, mas também à poesia!





Textos sobre a "Guerra contra o Tráfico"
http://operamundi.uol.com.br/opiniao_ver.php?idConteudo=1308
http://jacareparadovirabolsa.blogspot.com/2010/12/nota-da-cst-sobre-o-trafico-e-violencia.html
http://ocomprimido.tdvproducoes.com/2010/11/marcelo-freixo-nao-havera-vencedores/
http://www.cstpsol.com/viewnoticia.asp?ID=140

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Centenário do Poeta da Vila: Noel Rosa em sonho e prosa!

Outro dia sonhei que eu era Noel rosa. Foi incrível, conseguia escrever um samba poético, em meio a um trânsito louco, com dois ou "três apitos" dando o ritmo. Era como se eu tirasse um Samba da Cartola, vi que "o mundo é um moinho" e alguém dizia: "vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir as ilusões a pó"; eu respondia: "deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar sorrir pra não chorar". Parecia uma "conversa de botequim" com muita "filosofia", "positivismo"... e de repente, fiquei "gago, apaixonado", meu "último desejo" era dar um "fita amarela" para "dama do cabaré", ai "esse amor que eu nunca esqueço e que teve seu começo numa festa de São João", parece "Feitiço... da Vila"...


Confesso que foi um sonho estranho, interessante, mas estranho. Poesia, filosofia, música, política junto, é "bom parar", parece "mais um samba popular". Entre um gole e outro tudo penso, um trago e outro nada falo (não pode ser eu, não bebo, nem fumo... até penso em tudo, mas falo demais também). Digo que "o amor vem por principio a ordem por base, o progresso é que deve vir por fim"... então alguém pergunta:

Onde está a honestidade?

Você tem palacete reluzente
Tem jóias e criados à vontade
Sem ter nenhuma herança ou parente
Só anda de automóvel na cidade...

E o povo já pergunta com maldade:
Onde está a honestidade?
Onde está a honestidade?

O seu dinheiro nasce de repente
E embora não se saiba se é verdade
Você acha nas ruas diariamente
Anéis, dinheiro e felicidade...

Vassoura dos salões da sociedade
Que varre o que encontrar em sua frente
Promove festivais de caridade
Em nome de qualquer defunto ausente...
 



E por ser "dono do meu nariz", "envio essas mal tratadas linha" "para me livrar do mal". "Por causa da hora", despertei. Vejo a "estrela da manhã", "o orvalho vem caindo", vi que "o sol nasceu para todos", foi aí que decidir "mudar minha conduta, eu vou pra luta,pois quero me aprumar. E agora eu pergunto: com que roupa eu vou?" "Que se dane", é só um sonho mesmo. Mas na realidade, na luta não importa a roupa, pode ser trapo ou farrapo, o importante é ter motivo para lutar, e isso tem de sobra, tanta corrupção e "verdade duvidosa", injustiça e desigualdade social, o que "estamos esperando". Agora, acordado, sei que sou diferente de Noel, nunca fui Noel, acho que nem sonhei com Noel, mas temos a mesma...

FILOSOFIA

O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia...



*No dia 11 de dezembro de 1910, nasceu Noel de Medeiros Rosa. Poderia ter sido médico, cursou até o segundo ano de medicina, e talvez hoje ninguém saberia que existiu um Dr. Noel de Medeiros Rosa. Mas, musicar a vida, poetizar a política e filosofar o samba, era o que corria em suas veias, foi o que falou mais alto. A escolha pelo samba o fez imortal, pois foi precursor do ritmo que fala da vida em sofrimento engarrafado em sorrisos, em saudades tragados  em cores, em  lágrimas prescritas em receitas de poesia. Em sua eterna malandragem, proliferou, e ainda prolifera, o samba, nunca o deixou órfão. Saiu das linhas acadêmica em vida, para aos 26 anos se tornar  o imortal Filósofo do Samba: Eterno Poeta da vila.

Aos camaradas Zaraia e Virgílio grandes  apreciadores do Samba.

sábado, 20 de novembro de 2010

Salve dia 20 de novembro!!!!

Hoje é um dia de muita felicidade, tudo de novo novamente, nada diferente... os sorrisos se abrem e encantam com espontaneidade, as cores voltam a colorir, uma flor ainda nasce... Mesmo longe, estou presente sempre em cada felicitação, em cada riso, em cada abraço. Por isso hoje é dia de homenagear, uma das amigas que mais sinto falta: Mírian Bily, hoje a festa é nossa, deixo esse texto que escrevi pra ti, lembras? continua atual e contextualizado.


As flores se abrem
mesmo sendo tempo do concreto, do cimento
os pássaros ainda cantam,
mesmo prevalecendo a pressa sobre a perfeição
os sorrisos encantam
ainda que o choro é proliferado

É tempo da contradição
mesmo com a ordem estabelecida
É tempo da desordem
ainda que se semeie o caos
É tempo de um novo tempo
de sonhos, de dor, de justiça
É o nosso tempo
de socializar tudo que é vida
é o Teu tempo
de olhos meigos e risos fáceis
Tempo da revolta
de estabelecer uma nova ordem...

E salve o teu tempo
que é práxis inspiradora
Salve tua práxis transformadora
que corre contra o tempo
em defesa de um novo dia
que não é só teu... é nosso..

Salve dia 20 de novembro!!!!!!
homenagem a teu aniversário
fazer parte da tua vida é sempre uma festa
o presente é nosso

E como diria Vinicius de Moraes, com algumas adaptações:

De que mais precisa um homem senão de uma amiga pra ele gostar, uma amiga bem seca, bem simples, dessas que nem precisa falar - basta olhar - uma dessas que desmereça um pouco da amizade, de uma amiga pra paz e pra briga, uma amiga de paz e de bar?
E enquanto passando, enquanto esperando, de que mais precisa um homem senão de suas mãos para apertar as mãos da amiga depois das ausências, e pra abraçar a amiga, e pra discutir com a amiga e pra servir bebida à vontade á amiga?

Saudades sempre!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

sobre o DCE-UNAMA: SEMPRE EM FRENTE...

                                       

Tá provado, verificado e confirmado mais um vez, o ME da UNAMA tem direção, faz luta e tem opção. 93% de aprovação, nem o LULA, com a mídia de todo o mundo a seu favor, conseguiu essa marca, significa que o estudante acredita no projeto de educação e de nação que os soldados do DCE da UNAMA defendem. É uma grande demonstração de que  a comunidade estudantil não quer parar no meio do caminho, que seguir SEMPRE EM FRENTE...

E mais uma vez vai ter muita ameaça a educação de qualidade e ataque aos direitos dos trabalhadores, mas o DCE UNAMA continua sendo a contra-mola que resiste, segue SEMPRE EM FRENTE sendo o...

Pesadelo


Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta


E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto

De repente olha eu de novo

Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã

Olha aí...
Olha aí...
Olha aí...




Seguimos em  luta... Sempre em frente!!!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ENEM aí...


Essa Rima, nós já prevíamos, não acham?? No entanto, o ENEM é o exame mais regular que existe, foi criado há cerca de 10 anos, se mantém até hoje, nunca consegue avaliar corretamente, muito menos melhorar, o ensino médio, e anualmente seus problemas persistem. Parabéns pela sua (I)REGULARIDADE ENEM...

Enquanto o Governo ainda ENEM sabe o que fazer, a juventude continua POR TRÁS DA RIMA...
Falta a rua pra gente,  juventude rebelde Vamos à luta por nossos direitos...

por avaliação de qualidade
contra o ENEM
democratizar o acesso a educação
mais vagas nas universidades públicas

vamos à luta ATRÁS DA RIMA...

sábado, 6 de novembro de 2010

Que ENEM? Que avaliação? Que Educação?

Hoje 6 de novembro, sábado, começou a corrida para milhões de jovens, O ENEM. Este pífio, frágil, contraditório e equivocado modelo de avaliação do ensino médio vale, em muitas universidades e faculdades, como passaporte para freqüentar suas salas de aulas. No ano passado serviu também de frustração para estes jovens que se preparam um ano inteiro para encarar a maratona das provas, perdendo noites de sonos, baladas com os amigos, sorvetes com as(os) namoradas(os) e ganhando calos nos joelhos em preces para Maria.

É que assim como ENADE, o PSS da UFPA (e outras federais pelo Brasil) o ENEM "VAZOU"* (*Lê-se: mesmo tendo exigência do pré-requisito INEDITISMO, as provas já eram de conhecimento de muitos). Na UFPA, nada se avançou sobre as investigações do vazamento da prova de geografia, o ENEM voltou esse ano de vento em poupa, mesmo tendo sido extraviado no último ano , assim como o ENADE, que ainda vai continuar punindo a educação superior em 2010. A grande verdade é que no Brasil a Educação pública, seja básica, médio ou superior, junto com a educação privada, passa por uma profunda crise e a unica certeza é o avanço do sucateamento da educação, ela deixando de ser pensada como um instrumento de transformação da sociedade.

Certeza mesmo, é que cerca de 88% desses jovens ficarão de fora do ensino superior e desses 12%, apenas cerca de 2% na universidade pública. É isso que enche os olhos dos empresários de cursinhos, que já ensaiam suas velhas aulas-shows para mais um ano de martírio da juventude Brasil a fora. Esta é a atenção dada a educação no nosso país. Criação de presídio, prisões, centro de reabilitação surgem como perspectiva de mudança para uma sociedade mais segura, a  verdade é que  "privatizaram a educação, mas não a violência. Privatizaram a Saúde, mas não o sangue", isso quer dizer que no Brasil há um inversão de prioridade, se investe "na formação de um bandido ocupado em tirar vidas, não em médico preocupado em salvar vidas".

Mas cada vez mais acredito na educação como práxis transformadora e inspiradora da sociedade. Penso que, quando se defende um jovem no tribunal, a guerra já está perdida, A verdadeira luta deve acontecer na sala de aula, mostrando os caminhos e dando sentido a eles, sem o pacto hipócrita da educação de mercado (conservadora e punitiva, que tem por objetivos centrais o lucro e cumprir metas), o qual o professor finge que ensina e o aluno finge que aprende, que não seja baseada na lógica formal, pois cada criança, cada jovem, cada pessoa é um universo pronto pra se auto explorar, pronto pra aprender e ensinar...

Por isso e por outras, hoje queria me direcionar a todos os jovens do Brasil, que pelo menos estão tendo a oportunidade de iniciar a transposição dessa grande barreira que os separas dos seu sonhos e dos seus anseios e sabendo que muitos ficarão pra trás e, aos que seguirem, não vão chegar a o fim de todos os caminhos, e por isso não vai restar somente a possibilidade de permanecer... e em nome de minha linda irmã JOSI e de meu sonhador sobrinho IGOR, desejar BOA PROVA e BOA SORTE a todos, neste momento, muito difícil, de possibilidade de um grande passo. Força a todos vocês que estão ATRÁS DA RIMA...


VAMOS A LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO A EDUCAÇÃO!!!
POR UMA AVALIAÇÃO DE VERDADE!!!